EU, MARIA PIA DE DIANA DE CADAVAL – 03377
Bom estado 7.00
SINOPSE
Chegou a minha vez de morrer. Como último desejo peço que me
virem na direcção de Portugal, o país que me encheu de alegria o coração de
menina e me tirou tudo o que de mais sagrado tinha quando mulher. Olhando para
trás, reconheço que a minha vida foi marcada pela tragédia. Vi partir uma mãe
cedo de mais. Não me consegui despedir do meu pai, enterrei um marido que, com
palavras doces, conquistou o meu ingénuo coração e no final me humilhou com as
suas traições, um filho em quem depositava todas as esperanças, um neto
adorado, e por fim, a minha querida Clotilde, irmã de sangue e confidente.
Claro que também tive momentos de felicidade. Quando sonhava acordada com
príncipes e casamentos perfeitos, quando cheguei a Lisboa e o povo gritava o
meu nome, quando viajava por essa Europa fora de braço dado com Luís, quando
brincava no paço com os meus filhos ou quando estendia as mãos para ajudar os
mais necessitados. Mas mesmo nestas alturas havia quem me apontasse o dedo.
Maria Pia, a gastadora, a que dava festas majestáticas no paço, a que ia a
Paris comprar os tecidos mais caros e as jóias mais exuberantes. Não percebiam
eles que assim preenchia o vazio que, aos poucos, se ia instalando no meu
coração. Na sua primeira incursão pela escrita, Diana de Cadaval traz-nos um
retrato psicológico de D. Maria Pia, rainha de Portugal. Num romance escrito na
primeira pessoa, viajamos para os finais do século XIX, princípios do século XX
para conhecer a trágica vida de uma princesa italiana feita rainha com apenas
catorze anos. Recebida em clima de grande euforia, Maria Pia foi, 48 anos
depois, expulsa de um país a quem dedicou toda a vida. Morria pouco tempo
depois, demente, longe dos seus tempos de fausto e opulência, mas com a secreta
esperança de que a morte lhe trouxesse a tranquilidade há tanto desejada.
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